domingo, 8 de agosto de 2010

PRIMEIRO SEGUNDO DOMINGO DE AGOSTO. VALENTINA.

Dia dos pais. Como pai, o meu primeiro. Ainda há pouco, falava com o Ernani no MSN. Tá certo que “te amo pra caralho” não é a mais bonita declaração que se pode fazer para alguém neste dia, sobretudo se a pessoa tem análise marcada para as dez da manhã. “As estrelas são assim, só têm tempo aos domingos”, concordo com isto – mas não digo só estrela, digo constelação: muitas estrelas em uma só. Escrevi e teclei ENTER. Já foi. Data melancólica, em que todos os amigos mais velhos, pais substitutos não intencionais, recebem a declaração citada acima, muitas vezes de forma não verbal, se vistos cara a cara. Bem aventurados os que têm amigos, porque podem dizer para alguém ou “alguéns” que sentem isso, o que foi dito no começo deste post. Poderia falar tudo isso através de personagens, como tenho feito nos últimos meses, mas resolvi mostrar o rosto. Dar o texto a tapa. Quase aos trinta, pai de uma menina, Valentina, que em alguns meses nascerá, vejo que a falta do “pai” me proporcionou a experiência da diversidade de figuras importantes ao longo de minha vida, que exerceram tal papel. Márcio, de quem carrego o nome. Tio Thomas me levando para andar de moto, me jogando dentro do tonel para não ser mordido pelos cães bravos, dizendo sempre para cuidar do corpo, para viver muito e bem. João Tavares traçando o mapa da poesia, tentando me manter longe do concretismo. Christiano dizendo “você tem que sair desta cidadezinha e correr atrás dos seus objetivos, você tem potencial” – foi ali que ele, fingindo tocar, me levou ao desejo de ser músico. Professor também. Ironicamente, poucos anos depois éramos colegas de classe na graduação em Filosofia. E os conselhos do literalmente grande amigo estavam sempre ali. Bigodinho de Cerilo Lalico, dizendo que não devemos prometer algo se não temos a intenção de cumprir. Xavier da Teresa, mantendo meus pés no chão com suas histórias sobre as vantagens de amar a mesma mulher todos os dias e ter um emprego público para sustentar as necessidades materiais de tal amor. Sergio às voltas com seus amores por cada descoberta de Isadora, disponível para ela vinte e quatro horas por dia, receitando Mozart e banhos de sol para ter uma menininha saudável e tranqüila. Arison e suas meninas, com a lição de que não é preciso falar alto para ter autoridade. Ernani em várias fases, desde o all star azul até o “adorniano às margens do Tocantins”, às voltas com as festas de aniversário do Pedro e os relatórios de pesquisa de seus pupilos, permeados pelo sopão com orégano (da próxima vez na minha casa – prometo que vou comprar carne de primeira). Seu Manoel da Coração, com suas belas histórias de quem faz estradas e cria bem os filhos. Augusto, pai de um casal. Valdecy, pai de meninos. Toly, pai de Murilo e de Danilo, tentando me ensinar a lidar com veículos de quatro rodas e filhos adolescentes. Sydney, de quem tenho aprendido que Deus é um pai amoroso. Muitos outros, que não cabem na página, cada um com seus caminhos e descaminhos, fizeram e fazem parte desta caminhada. Hoje eu, com Ana Rosa, Lucas, Murilo, Lucas de novo, Walysson, Thaís e muitos outros e outras. Bem aventurados aqueles que têm amigos. E professores. Se ouvir alguém dizer “eu te amo” com um palavrão como complemento, não se assuste. O palavrão é só para evitar o clichê. Feliz dia dos pais a todos.

2 comentários:

Andressiinha disse...

Aiin *--*
qe lindooooo..... Meeu Prof Poeta e Musicoo.. adoooorooo

Norimaro disse...

Haha, manjou nessa! :)