Marcleysson dos Santos e Santos. Detestava o próprio nome, desde que tentou escrevê-lo pela primeira vez. Agora é homem feito, caixa de banco privado, e continua a detestá-lo. Não havia diminutivos agradáveis para tal nome, como Zeca ou Cadu. Em certa época perguntou a sua mãe:
- Mãe, por que não me chamo João ou José, ou até Mário?
- Eu queria Marcos, mas o seu pai decidiu homenagear um jogador de futebol que ele admirava muito.
- É, mamãe, muita ironia eu não saber jogar bola. Agora tenho que aturar o estigma.
- Pense pelo lado bom. Você carrega uma marca do seu pai.
- Uma marca, talvez. Uma cicatriz, com certeza.
A lua do meio-dia brilhava aguda durante o diálogo acima. No mesmo instante, em um hospital público da cidade, nasciam três crianças que seguiriam um destino parecido com o de Marcleysson.
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