sábado, 17 de setembro de 2011

SEM ESTRELAS


- Ah, escrevi um texto pra ti.
- Sério? Me mostra!
- Aqui. (tira do bolso da camisa – embora moleque, coisa de homem com data de nascimento antiga – o papel amassado)
                Ela o lê.

“Você é um pedacinho
De cada coisa boa no mundo
Que vem tal aquele gosto de infância
Que deixa saudade ao partir

É aquela estrela de que fala a música

Quando sentir minha falta
E quiser me achar
Siga a trilha de corações
Que rabisquei no céu”

                Ela nada diz. Dobra o papel e o devolve.

- Não gostou?
- Gostei. Muito. Mas poesia não é pra mim. Minha vida não tem poesia.

                E foi embora, deixando atrás de si a trilha das suas sandálias de borracha. 

Um comentário:

milinha disse...

interessante.....e triste ao mesmo tempo....que mulher sem coração.