Ela, que poderia dizer de si amar bem mais do que seu próprio coração,
Ergueu os olhos agora vermelhos
Pelo cloro que em vão tentara higienizar a água suja que fluía chuveiro abaixo.
Lavou os cabelos com o xampu barato comprado horas atrás
E pensou em onde estaria e o que fazia seu amar.
Enrubesceu.
Não se sabe se de ciúme ou de desejo ou de vergonha.
A taça beirava o partir entre mãos trêmulas de adolescente,
Então caiu.
A água parou seu fluxo.
Silêncio de gotas teimando em pingar.
Vapor de respiração felina.
Taça partida.
Imagina no espelho nevoento o próximo desenho que fará
Nos seus cabelos amaciados pelo xampu barato.
Nada faz.
Sorri e parte. Apenas.
(Marabá, 14 de abril de 2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário